Novo realismo ontológico

19/05/2016 14:12

"Não existe sentido último, o que não quer dizer que nada tenha sentido. Se não existe sentido último, é impossível existir uma regra que determine uma questão suficientemente repetitiva e linear de modo a suscitar um regresso ao infinito. Ou em outros termos, não existe um algoritmo universal do sentido."

"Alguns campos de sentido simplesmente não podem ser explicados em detalhe com referência ao universo, entendendo por universo aquela coisa espaçotemporalmente extensa que é objeto de estudo da física. O universo, no sentido exato do âmbito da física, é uma província ontológica de impressionante amplidão, mas não esgota de modo algum tudo aquilo que existe."

"A ontologia tradicional trata sempre da vida e da morte, ao passo que na ontologia que proponho vida e morte não são nada além de entidades particulares. Existem planetas, mares, vulcões, morte, vida e números. Claramente, a vida e a morte são de especial interesse para nós, seres mortais, mas isso não significa que tenham alguma prioridade para o conceito de existência."

 

Markus Gabriel, O sentido da existência - para um novo realismo ontológico