Consumismo, pesadelo sem fim?

18/12/2018 14:11

 

"Essa evolução de consumismo ocorreu dentro do contexto de globalização, onde economias de escala extremamente grandes são possíveis para países com grandes mercados internos e portanto com a possibilidade de produzir para estes – e então exportar para o resto do mundo a baixos custos. Até produtos complexos como o iPhone, com mais de 300 componentes, são produzidos por intermédio de terceirização da produção, nas melhores fábricas do mundo todo. Quanto a produtos menos complexos, como painéis solares, quase todos podem ser produzidos e exportados do maior mercado interno, a China. O controle de tecnologia e do acesso aos mega mercados internos dificulta a competição por atores mais limitados, como a indústria italiana. Milhões de postos de trabalho italianos foram perdidos por meio da realocação das fábricas no Oeste Europeu e Ásia. Por consequência da concentração de centros de produção, a partir dos quais se exporta e controla a tecnologia, a globalizaçãodefiniu um novo conjunto de ganhadores e um grande conjunto de perdedores; criando desemprego em muitos setores e países onde atores minoritários não conseguem competir."

 

 

Artigo Consumismo, pesadelo sem fim, de William Mebane, ex-diretor do Ente Nacional de Eficiência Energética da Itália, publicado no jornal IHU Online de 18/12/2018